Page 8 - Relatório de Atividades 2019/20 ICSHG
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Palavra de especialista: a importância de medir impacto social
     Leandro S. Pongeluppe é candidato
a Ph.D. no Departamento de Gestão Estratégica da Rotman School of Management – Universidade de Toronto. Foi cofundador e trabalhou como PMO
no Insper Metricis. No âmbito do Insper Metricis, participou do projeto do primeiro Social Impact Bond (SIB) do Brasil. Trabalhou por cerca de três anos como pesquisador associado no Accenture Institute for High Performance (atual Accenture Research). Atualmente, realiza pesquisas sobre desenvolvimento social em favelas e na floresta amazônica.
Uma avaliação de impacto bem-sucedida
Primeiro é importante perceber que nós temos introjetado um medo de sermos avaliados. Essa perspectiva tem
de ser alterada. Avaliação não deve ser sinônimo de coerção ou punição. Deve ser, sim, sinônimo de busca por aprimoramento e melhoria. Além disso, muita gente se pergunta como é possível avaliar algo tão complexo de ser mensurado como o impacto social ou ambiental? A verdade é que não só é possível como também é recomendável.
Contudo, existem três aspectos essenciais para que
uma avaliação de impacto seja bem-sucedida. Primeiro,
o comprometimento da organização cujo projeto será avaliado. Muitas organizações querem passar por uma avaliação, mas nem todas estão dispostas a enfrentar
o desafio. Por isso, além de querer, é importante ter o compromisso de se submeter a uma avaliação de qualidade. Segundo, a necessidade de utilizar uma metodologia adequada para aferir o impacto de um projeto. E terceiro, o desenvolvimento de uma cultura organizacional em que as avaliações sejam continuamente realizadas.
Compromisso com avaliação
é o primeiro passo, mas e depois?
Vontade só não basta: é preciso combinar o desejo de avaliar com o conhecimento técnico. Uma avaliação rigorosa deve fazer uso do que se chama “princípio da adicionalidade”. Ou seja, é preciso entender até que ponto o projeto a ser avaliado contribuiu para um cenário melhor do que aquele que ocorreria naturalmente sem
o projeto. A lógica aqui é semelhante à das ciências médicas: utiliza-se um grupo “tratado”, que recebe o remédio em teste; e um grupo “controle”, que recebe o placebo. Comparando-se o antes e o depois dos dois
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