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CONEXÃO
  Meio ambiente
MÃOZINHA VERDE
Melhorar a qualidade de vida urbana é um dos propósitos do IA2-Instituto Atmosfera2, que tem a agência de sustentabilidade Mãozinha Verde, respon- sável pelo desenvolvimento do projeto de urbaniza- ção e revitalização da Praça Erasmo de Rotterdam, de quase 3 mil metros quadrados no bairro Ahú, em Curitiba, que foi adotada pelo GSGA. “O hub Mãozi- nha Verde foi criado em 2015, junto com a Agenda 2030, no momento em que estavam sendo criados os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Desde lá tratamos das questões que envolvem o nos- so AEIOU de sustentabilidade: água, energia, inova- ção, orgânicos e urbanismo”, explica um dos funda- dores do instituto, Gilmar De Lima.
A renovação da praça faz parte de um dos cin- co eixos da instituição, o Regenera, responsável pela revitalização de áreas urbanas. Gilmar De Lima avisa que a entidade já soma 100 mil metros quadrados de áreas revitalizadas, com quase 700 toneladas de CO2 compensadas nos últimos três anos, entre as quais está inserido o projeto abraçado pelo Escritório.
O segundo eixo é a Semana SAM, semana de Sus- tentabilidade, Acessibilidade e Mobilidade Urbana, realizada na Semana do Meio Ambiente, prevista na legislação municipal de Curitiba e reconhecida pela Rede Brasil do Pacto Global, contando com a partici- pação do diretor na abertura do evento.
O terceiro eixo é a Jornada Sustentável, que re- úne 25 entidades, organizações de diferentes áreas, com o objetivo de contribuir com políticas públicas a favor do meio ambiente.
“Criamos o nosso próprio ODS”, avisa Gilmar De Lima, citando o quarto eixo, o One Day Sustainability - ODS. Ele explica que a ação foi criada para ser um dia imersivo de sustentabilidade, mas a experiência deu bons resultados e acabou expandido para três dias. “Com apoio de empresas, promovemos capa- citação ambiental imersiva para gestores públicos e cidadãos. Atendemos hoje cerca de 25 municípios de São Paulo, Espírito Santo, Paraná e Santa Catari- na e começamos um processo de pulverização para outras cidades”.
O quinto eixo chama Salve o Rio Ribeira, projeto que tem o apoio de 187 instituições, principalmente nos estados de São Paulo e Paraná, onde o rio passa, e inclui 14 prefeituras e a Ordem dos Advogados do Brasil, entre outras entidades. “O rio nasce no Para-
ná, na região metropolitana de Curitiba, percorre o último reduto da Mata Atlântica e deságua na Juréia, em Iguape. Tem 470 quilômetros, que fazem parte de um contexto hídrico único no Brasil, a única porção contínua de Mata Atlântica”, destaca Gilmar De Lima.
“Nós buscamos, com nossos projetos, além da preservação do meio ambiente, promover saúde e bem estar para as pessoas. Produzimos experiências humanas diferenciadas para que possamos conduzir nosso propósito maior. Somos gratos ao GSGA pela oportunidade da parceria proporcionada pela execu- ção desta Revitalização Urbana tão marcante no âm- bito da cidade, pois trouxe vida e mais inclusão, gerou alegria e pertencimento, que hoje é destaque e um dos espaços urbanos mais frequentado da cidade”, conclui o fundador da entidade.
Infância
CCDIA - CENTRO DE COOPERAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
Quando começou a trabalhar com crianças de rua em Niterói, em 1988, o físico Altair Souza de Assis, professor titular de Métodos Matemáticos da Universidade Federal Fluminense (UFF), não imagina- va todos os frutos que nasceriam daquela ação. Ele, que também vivenciou os desafios de uma infância pobre, percebeu que precisaria formalizar a ativida- de que desenvolviam de modo informal nas ruas. “Trabalhar com criança de rua era perigoso naquela época, traficante perseguia e matava, a polícia não sabia as nossas intenções e matava muito também”, lembra Altair Assis, que em 1991 fundou, junto com um grupo de amigos, o Centro de Cooperação para o Desenvolvimento da Infância e Adolescência (CCDIA).
Com sua experiência, percebeu uma diferencia- ção entre as crianças que estão na rua de passagem e as que são crianças de rua, que já cruzaram uma fronteira imaginária e têm formas de pensar e agir diferentes. Essas, avalia, são mais difíceis de salvar. “Criamos o CCDIA para trabalhar antes delas vira- rem crianças de rua, que é uma volta difícil. Algu- mas morreram, muitas conseguimos ajudar; teve um que estava na fronteira e virou sargento, mas teve também o primeiro a ser ajudado que morreu com tiro de escopeta”, recorda.
O CCDIA atende crianças das comunidades pró- ximas de Niterói no contraturno escolar, com reforço das matérias a várias atividades, como informática, passeios a cinemas, museus, restaurantes, entre ou-
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IPSOFACTO

















































































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