Page 4 - IPSOFACTO edição 9 - Maio 2021
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ENTREVISTA
por Viviane Pereira
Renovação, sucessão e novos desafios
O sócio fundador Fernando Gaia deixa o comando do GSGA e passa para o Conselho Consultivo, dando continuidade às estratégias para que a Organização siga por gerações
Há alguns anos os sócios do Gaia Silva Gaede Advogados (GSGA) decidiram dar início a algumas estratégias para que a Organização fosse perene.
Começaram, entre outras ações, a criação de um Conselho Consultivo e a preparação de sucessores.
Terceiro sócio fundador a passar para o Conselho Consultivo, Fernando Gaia fala da sua atuação a partir dessa nova fase e de como o formato possibilita que a vivência dos sócios continue dando o suporte neces- sário à equipe. A união, característica do Es- critório, faz toda diferença nesse momen- to de troca de liderança. Com os valores consolidados e transmitidos, Gaia sente-se tranquilo quanto à competência dos que o sucedem. No final, os clientes sabem que sempre podem contar com o GSGA.
“O principal é a confiança que todos nós temos no sucesso da Organização, na sua preservação como instituição. Esse rito de passagem se dá de forma natural”, ava- lia, com a consciência do legado que ajudou a construir e da capacidade técnica e boa índole dos que ficam no seu lugar.
IPSOFACTO – Quais as principais mudan- ças em sua atuação no GSGA com a pas- sagem para o Conselho Consultivo? FERNANDO GAIA – A principal mudança é que eu deixei o comando da Organiza- ção. Até o fim de 2020 era o presidente do Comitê Diretivo (CODIR) e chairman de São Paulo, cargo agora ocupado por Enio Zaha. Passei para o Conselho Consultivo,
organismo que recebe os sócios que cum- priram seu período de atuação executiva e completaram 65 anos, quando têm uma retirada obrigatória da linha de frente, mas seguem acompanhando o Escritório como consultores.
Temos agora três sócios nessa condição de conselheiros consultivos: o Severino Silva, o Ruy Cardoso Vasques e eu. Irei acompanhar o CODIR na medida em que os temas assim determinarem, atuando mais na retaguar- da. Participarei de eventos institucionais, estando sempre à disposição tanto no âm- bito nacional quanto das regionais. A ideia é essa: quero continuar acompanhando a Organização como um todo.
IPSOFACTO – Por que o GSGA estipulou essa estratégia de mudança como parte de um projeto para a perenidade da Or- ganização?
FERNANDO GAIA – Nós decidimos há anos criar uma estrutura para que o GSGA tivesse um caráter mais perene, de institui- ção. Na nossa Organização não há uma su- cessão hereditária ou qualquer outro tipo de sucessão que não aquela que decorra da competência dos nossos sócios. Estabelecemos critérios e preparamos a equipe, ao longo dos anos, para assumir o comando. É uma renovação de ideias, man- tendo a essência, os valores que nasceram com o Escritório, que o fizeram tão bem- -sucedido. Temos um código de ética, um código de conduta rígido, bastante estrito e, evidentemente, sempre contamos com a boa índole dos colegas que estão conosco.
Acredito que em pouco mais de uma déca- da a maior parte dos sócios terão sido for- mados dentro do GSGA, isso é natural e é assim que queremos que aconteça.
IPSOFACTO – Quais as principais premis- sas que regem essa proposta, sua base e inspiração?
FERNANDO GAIA – Esse formato de suces- são que adotamos é bastante comum em grandes bancas internacionais e vemos também em algumas brasileiras, possibi- litando que possamos gozar uma aposen- tadoria tranquila e o Escritório continue por gerações.
Não há fórmula pronta, mas temos algumas premissas nessa estratégia. A primeira é a competência e a qualidade técnica dos co- legas que se juntam à equipe. Em segundo lugar é fazer a escolha adequada daqueles que, além de serem bons técnicos, têm ap- tidão para ajudar a conduzir um negócio.
O GSGA reúne hoje mais de 200 advogados, mais de 300 colaboradores ao todo, essa é uma escolha difícil e sensível e por isso somos bastante criteriosos. Ser sócio do board na nossa Organização tem um significado importante, não é por decurso de prazo nem por qualquer outra razão que não seja a competência e atuação como referência no mercado.
Estamos sempre abertos para reconhecer os talentos e acreditamos que o número de sócios vai aumentar. Eu só posso passar para o Conselho Consultivo, assim como o Silva e o Ruy o fizeram, porque temos pro- fissionais gabaritados para nos suceder.
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