Page 32 - IpsoFacto 10 - Novembro 2021
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FILANTROPIA
Fazer o bem, faz bem
Sensibilizar a população e criar estratégias ajuda a promover uma cultura de doação. Pesquisas apontam melhorias em índices no Brasil e no mundo
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IPSOFACTO
Fazer o bem tem uma conexão direta com a doação. Seja tempo, bens ou recursos financeiros, doar é um ato que tem como foco fazer o bem a outra pessoa. Para que uma cultura de doação seja estabelecida,
ela precisa ter uma estratégia definida, havendo, de um lado, entidades e instituições apresentando um plano de captação e, de outro, a sociedade civil devidamente organizada para atender as necessi- dades apresentadas.
Aqui no Brasil ainda não rompemos o âmbito pessoal da doação: temos uma cultura que é atrela- da à necessidade de um pedido e ocorre de forma esporádica. A maioria das pessoas se relaciona com a doação de forma passiva, como um ato caridoso, sem buscar saber e acompanhar o impacto positivo da ação – um dos alicerces da cultura de doação.
Existe uma diferença entre o que a caridade pro- porciona e o impacto da cultura de doação, estando a primeira relacionada a aliviar o sofrimento das pes- soas e a segunda voltada a solucionar o que causa o sofrimento. O melhor cenário é a combinação destes dois formatos de fazer o bem, já que um traz alívio imediato e o outro busca uma solução a longo prazo.
Como a resolução dos problemas requer maior dedicação de tempo e recursos, a cultura de doa- ção precisa de estratégias para se consolidar e fazer sentido para a sociedade.
O “Movimento por uma cultura de doação”, criado em 2012 por pessoas físicas e jurídicas que se organizaram voluntariamente para discutir e pro- por ações promovendo a doação no país, lançou um documento chamado “Por um Brasil + doador, sempre”, que contém as seguintes diretrizes para estabelecer essa cultura:
● Educar para a Cultura de Doação: se que- remos cidadãos mais conscientes e doado- res, precisamos começar a formá-los desde a infância e juventude; e podemos também educar adultos para o maior engajamento cívico e comunitário.
● Promover narrativas engajadoras: em um mundo saturado de informações, precisamos nos destacar com uma narrativa engajadora, atraente e positiva. Pedir doação sem tabus, contar histórias transformadoras e mostrar que doar faz bem a todos, inclusive ao doador.





















































































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