Page 34 - IPSO FACTO #12 - Novembro 2022
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SAÚDE MENTAL
Mudanças: como você lida com elas?
Novidades costumam causar estranhamento, mas práticas de “Gestão de Mudanças” podOem ajudar processo, principalmente na área organizacional
s efeitos recentes da pandemia al- mudem a partir das vivências. Essas mudanças po- terando comportamentos na forma dem regenerar conexões, adaptar funções e modifi- de trabalho convencional trouxe- car estruturas, ou mesmo determinar uma alteração ram reflexões sobre a saúde mental de comportamento. A forma como interagimos com e gestão, com uma questão: Como o ambiente possibilita tanto uma mudança interna,
transformar positivamente o incômodo natural da do nosso próprio sistema nervoso, quanto externa,
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resistência à mudança?
Já dizia Freud: “o novo sempre despertou per-
plexidade e resistência”. Precisamos de seguran- ça e é normal um certo estranhamento diante de novidades. Se por um lado o costume, a rotina e a repetição nos levam a dominar melhor alguma técnica ou viver de forma mais tranquila, ficar pre- so ao que já temos e rejeitar mudanças nos deixa estagnados diante da possibilidade de melhorias.
Importante entender que aquilo que nos faz sofrer não é a mudança em si, mas a resistência. É comum encontrar desculpas ou justificativas para continuar com padrões conhecidos, seja por medo de perder o que temos ou sermos exigidos além do que entendemos conseguir.
Diante de um novo sistema, um novo colaborador na equipe, um novo trabalho, precisamos, primeira- mente, respeitar o sentimento de incômodo, que é neurologicamente saudável e está ligado ao nosso instinto de sobrevivência, de manutenção. Sabendo que ele existe, precisamos dominá-lo. Esse incômodo está ligado a que? Ao medo de perder o controle? À sensação de não ter capacidade de lidar com o que está por vir? À lembrança de algo semelhante que já aconteceu e não teve um bom resultado?
Ao racionalizar esse medo a resistência vai se dissipando e entendemos que a novidade exige um esforço adicional, mas com ela podemos colher bons frutos. Nesse processo a confiança é um fator importante, além de buscar entender o que moti- vou a mudança e seu papel diante dela. Ao invés de resistir, permitir-se viver o melhor que ela traz.
COMO NOSSO CÉREBRO LIDA COM A NECESSIDADE DE MUDAR
Nosso cérebro tem plasticidade, que é a possibili- dade de que neurônios e outras estruturas cerebrais
do meio em que vivemos.
Essa capacidade de mudança neural e cerebral
nos permite aprender e evoluir durante toda a vida, reformulando ações e comportamentos que não queremos mais. Assim podemos agir com muito mais proveito, tanto para crescimento pessoal quanto para nos relacionarmos melhor e criarmos um am- biente mais próximo do desejado.
GESTÃO DE MUDANÇA: A VISÃO NO COLETIVO
Levadas essas reflexões ao coletivo, surge uma técnica de gestão indispensável para garantir o êxi- to em projetos de mudança: a chamada “Gestão de Mudanças” - um conjunto de práticas para guiar a transição, reduzindo o impacto negativo na empre- sa e nos colaboradores, visando à produtividade e alta performance.
Esta técnica baseia-se no planejamento, trei- namento e monitoramento da implementação de mudança, levando em consideração os seguintes fatores: i) motivação para acontecer, com aferição clara de vantagens reais pretendidas; ii) propor- cionalidade, das necessidades de mudança com a capacidade dos envolvidos; iii) estruturação das eta- pas, com previsão de ajustes perante imprevistos; e iv) comunicação estratégica da liderança, para en- frentar a resistência.
A conscientização da necessidade da mudança prepara os colaboradores para cada uma das fases, com uma comunicação eficaz e a escolha perfeita do condutor da mudança. Explicar os motivos da mudança gera tranquilidade e engajamento.
Para os teóricos da Gestão, desde o primeiro es- tudioso sobre o tema (Lewin-1952), todo processo de mudança exige o enfrentamento de um gran- de obstáculo à implementação exitosa, conhecido como “Resistência à Mudança”.












































































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