Page 18 - Teoria de Mudança
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baseado em evidências, bem como organizações, centros de pesquisa, coletivos, ativistas, pesquisadores e acadêmicos em geral que produzam conhecimento qualificado relacionado às três frentes programáticas, além de apoiar sua divulgação e utilização para monitoramento de ações. Na ausência de dados públicos disponíveis, o Beja pode incentivar a criação das bases, tendo sempre em vista o uso pragmático.
Para melhor compreensão deste resultado esperado é apresentada a Tabela 13 , que mostra a diferença entre dados, informações e conhecimento.
 TABELA 1:
DIFERENÇA ENTRE DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
   DADOS
Simples registros de eventos
Facilmente estruturado
Facilmente obtido por máquinas
Frequentemente quantificado e facilmente transferível
FOOD FOR THOUGHT
INFORMAÇÕES
Consolidação dos dados, que são dotados de relevância e propósito
Requer unidades de análise
Exige consenso em relação ao significado
Exige mediação humana
CONHECIMENTO
Informação valiosa da mente humana. Inclui reflexão, síntese, contexto
De difícil estruturação
De difícil captura em máquinas
Frequentemente tácito e de difícil transferência
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TEORIA DE MUDANÇA
Em qualquer área, a geração, compilação e sistematização de dados é importante para subsidiar tanto iniciativas privadas como políticas públicas, mas é necessária especial atenção quando o assunto é novo e, portanto, há resistência e dificuldade para implementar a mudança.
Como exemplo podemos citar os números relacionados ao feminicídio. O relatório “Dor e Luta: número do feminicídio”, da Rede de Observatórios da Segurança, destaca que a classificação de feminicídio depende de uma interpretação e, por isso, “a subnotificação pode encobrir dinâmicas da sociedade”4.
Nesse contexto, reforçamos a importância e necessidade de atuar para construir as bases para uma atuação mais concreta, com base em evidências, por todos os tomadores de decisão - desde usando com inteligência os dados já existentes, mas também apoiando a estruturação de processos de captura e tratamento de novos dados, tanto em termos de tecnologia quanto de gestão de mudança cultural das pessoas responsáveis por alimentar os sistemas.
3 DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da informação: por que só a tecnologia não basta para o sucesso na era da informação. Futura, 2000. 4 Fonte: https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2021/03/08/ong-alerta-imprecisao-dados-mulher/.









































































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